Lobo-guará encontrado no Pampa gaúcho
Ivan Evaldo Kussler e Libero Cardoso preocupados com a extinção dos animais repassam da net e citam fontes.
Ivam Evaldo Kussler
Registro de um lobo-guará no pampa gaúcho, que não era visto no Estado
desde os anos 70, reacende esperança de biólogos na luta pela sua
preservação
O lobo-guará é uma das 261 espécies ameaçadas de extinção no Estado.
Desde a década de 70, a presença do animal não era registrada no Rio
Grande do Sul. A história, porém, começou a mudar em junho deste ano,
quando o biólogo Leandro Chisté Pinto fotografou um lobo-guará na região
de São Gabriel, no centro do Estado.
A descoberta aconteceu durante um estudo de impacto ambiental em uma
plantação de eucaliptos. Em meio à pesquisa, Pinto encontrou vestígios
da existência do mamífero. Além da presença de pegadas, o biólogo fez
uma análise das fezes encontradas no local e deduziu que talvez ali
pudesse registrar a presença de um lobo-guará. A imagem foi captada com a
ajuda de armadilhas fotográficas. Pinto espalhou pela área câmeras que
disparam a qualquer sinal de movimento.
– Muita gente já considerava o lobo-guará regionalmente extinto. Quando
revelei as fotos, nem eu consegui acreditar – relata o pesquisador.
A comunidade científica ficou alvoraçada com a descoberta.
– O lobo-guará está criticamente ameaçado. Esse registro é muito
importante para iniciar tentativas de preservar a espécie – afirma
Márcia Jardim, bióloga da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.
O lobo-guará está no nível mais alto de ameaça de extinção no Rio Grande
do Sul. Seu desaparecimento está ligado a dois fatores: à destruição
dos ambientes onde habita e à caça.
– Como é um predador, o lobo-guará sofre muita perseguição por atacar criações domésticas – relata Márcia.
Mesmo com o registro do animal no Estado, ainda há muito a ser feito. No
Rio Grande do Sul, pouco se conhece sobre sua biologia básica, seus
hábitos e os locais onde habita. Segundo Pinto, todos os estudos sobre o
lobo-guará se concentram no centro do país, principalmente em Mato
Grosso. No Estado, os registros do animal datados da década de 70 dão
conta de que habitava locais como a Serra do Caverá, em Alegrete, e os
Campos de Cima da Serra. De posse do registro de que ele está no pampa
gaúcho, o biológo vai buscar, junto a órgãos de financiamento, recursos
para estudar as características do animal. Com uma pesquisa, será
possível propor ações de preservação da espécie. Medidas de conservação
da área e educação ambiental nas cidades próximas estão entre elas.
– É preciso adotar ações de salvaguarda para que a população se mantenha
e venha a crescer. Agora que existe o registro, ações desse tipo são
urgentes – adverte Pinto.
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O lobo-guará
É o maior lobo da América do Sul e integra a categoria de canídeos, que
inclui os cães, os lobos, raposas, entre outros. Habita ambientes
abertos, como cerrado e campos. Apesar do grande porte, alimenta-se
predominantemente de pequenos e médios animais, como aves, ratos e
tatus. Também come frutos e ajuda a espalhar sementes. É extremamente
sensível a interferências humanas, desaparecendo mesmo de regiões
escassamente habitadas.
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